Beber água e outros líquidos na hora das refeições pode facilitar ou prejudicar a digestão - tudo depende da quantidade ingerida. Se consumidas sem exageros, as bebidas ajudam a comida a descer, ou melhor, facilitam a sua passagem para o esôfago e, em seguida, para o estômago. Mas o excesso pode causar uma série de problemas.
O problema é se você exagerar. Isso porque seu estômago, que já vai estar com um tamanho maior por causa dos alimentos sólidos, vai ficar ainda mais dilatado. "A pessoa pode então sentir náusea e aquela sensação de ter comido demais mesmo se comeu pouco. Isso causa desconforto", afirma o gastroenterologista Ricardo Barbuti.
É por isso que beber durante as refeições pode até fazer ganhar peso, principalmente refrigerantes - e não só por serem calóricos. As bebidas, em especial as gasosas, roubam espaço dos alimentos sólidos no estômago. A pessoa acaba ficando satisfeita muito rápido e para de comer mais cedo, mesmo não estando bem alimentada, e compensa tudo na refeição seguinte.
Segundo o médico, a dilatação do estômago é um problema ainda maior para quem tem refluxo, doença em que o conteúdo do estômago volta pelo esôfago em vez de seguir o fluxo normal da digestão. Beber demais durante as refeições pode agravar a doença, causando uma série de sintomas como azia e regurgitação.
A nutricionista Isabelle Zanoni também alerta que beber durante o almoço ou jantar pode ser prejudicial. Mas, para ela, a explicação está nos ácidos que contribuem para a digestão. "As bebidas diluem o ácido clorídrico do estômago, diminuindo a velocidade da digestão e até mesmo a absorção de alguns nutrientes", aponta.
O ideal é beber até 20 minutos antes ou uma hora após as grandes refeições. Se for realmente necessário algum líquido, que não ultrapasse o volume de 150 ml, conclui a especialista.
Hábitos que melhoram a digestão
Procurando outras maneiras de promover uma boa digestão? Coma em abundância legumes, grãos integrais e frutas - algumas delas possuem enzimas digestivas, como o abacaxi e o mamão. Evite comer demais, principalmente comidas com muita fritura, gordura e tempero. Manter um peso saudável e praticar atividades físicas também contam.
Profissionais consultados
Ricardo Barbuti - Gastroenterologista e secretário geral da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
Isabelle Zanoni - Nutricionista e colaboradora da Associação Paulista de Nutrição (Apan).
Fonte: Qualicorp
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