quarta-feira, 29 de julho de 2020

ARTROSE DE JOELHO TEM CURA?

A artrose, também conhecida como osteoartrose, é uma das doenças mais comuns em toda a população mundial. Por ser uma doença de caráter inflamatório e principalmente, degenerativo, é natural que com o passar do tempo, qualquer pessoa venha a desenvolver algum nível de artrose. Sim, todas as pessoas vão desenvolver, com o passar do tempo, algum nível de artrose. Por isso, a pergunta do título deste texto, é tão importante: Artrose de joelho tem cura?

A resposta é sim. Mas não ache que será uma cura simples, rápida e com os mesmos protocolos para qualquer pessoa.

É preciso entender que a cura da artrose envolve não o desaparecimento completo da doença, mas sim, uma adaptação de estratégias, que vão minimizar os efeitos dela, mantendo a qualidade de vida do paciente.

Naturalmente, a cura para a artrose no joelho envolve uma visão muito individual de cada paciente. Histórico familiar, nível de atividade física e memória muscular, profundidade da doença, fatores agravantes como peso excessivo, fumo, maus hábitos alimentares e muitas outras variáveis.



TRATAMENTOS PARA ARTROSE DE JOELHO

A artrose é muito ampla. Por se tratar de um desgaste cartilaginoso, temos de entender que esta estrutura, por si só, tem um potencial regenerativo muito baixo.

Porém, a cura da artrose pode se dar por diferentes abordagens.

As abordagens de tratamento, no geral, são estas:

1 – Eliminação da dor e do inchaço

Este é o ponto de partida. Neste caso, o trabalho conjunto entre o médico ortopedista especialista em joelho e da fisioterapia, é fundamental.

Na maior parte dos casos, a artrose se apresenta com sintomas de dor e inchaço.

Neste caso, devemos trabalhar, na maioria dos casos, com drenagem do líquido que vem causando as dores e fisioterapia com foco em analgesia.

Este é o ponto de partida, quando o paciente apresenta uma crise aguda de artrose.

Naturalmente, esta é uma solução paliativa, que vai tratar diretamente dos sintomas e não propriamente da causa.

Mas é o ponto de partida, para dar mais qualidade de vida ao paciente.

2 – Avaliação completa do caso

Há diferentes tipos de artrose. Ela pode ser monocompartimental (ou seja, em apenas uma porção da articulação) ou multicompartimental (onde mais locais da articulação apresentam degeneração).

Além disso, fatores como amplitude de movimento da articulação afetada, histórico familiar, nível de memória muscular, idade, sexo, hábitos alimentares, sono e muitas outras variáveis, precisam ser avaliadas.

Não há como traçar um bom plano de tratamento para a artrose, sem avaliar o paciente como um todo. Além disso, é muito importante também estabelecer uma boa avaliação biomecânica do paciente.

A cura da artrose de joelho (ou de qualquer outra articulação), passa, necessariamente, pela melhora dos eixos articulares, eliminando desvios. No caso do joelho, desvios como dinâmicos, por exemplo, podem causar artrose, pela compressão focada de determinados pontos da cartilagem.

3 – Fisioterapia e fortalecimento muscular adequado

Em casos mais leves, de início da artrose, é possível estabelecer um tratamento que irá ser feito com base em fisioterapia e fortalecimento muscular.

Primeiramente a fisioterapia atuará, em grande parte dos casos, como analgesia. A partir do momento em que o paciente não sentir mais dor, o procedimento padrão é o de desinibição da musculatura do quadríceps.

Essa desinibição geralmente é fundamental. Quando o joelho do paciente com artrose incha, o derrame articular causa a liberação de substâncias nocivas a cartilagem e que tem efeito catabólico nos músculos. Ou seja, os músculos perdem potencial de força e contração.

Após a fisioterapia desinibir esta musculatura, passamos para o tratamento com base em movimento, melhora da mobilidade e reequilíbrio postural e muscular.

Somente após o paciente passar por estas fases, que ele entra em um processo de retorno ao esporte, através do fortalecimento muscular adequado e personalizado.

4 – Nutracêuticos

A utilização e nutracêuticos, como condroitina, glicosamina, colágeno tipo II entre outros, também é aplicado na cura da artrose de joelho. Porém, é muito importante entender que não há evidências científicas de que os nutracêuticos são eficientes para a grande maioria dos casos.
Um tratamento para a cura da artrose, como foco apenas em componentes como este, tem grandes chances de insucesso e no geral, não passa de desperdício de dinheiro.

5 – Infiltração com ácido hialurônico (viscossuplementação)

A infiltração com ácido hialurônico, também conhecida como viscossuplementação, tem como objetivo aumentar o espaço entre os ossos, nas áreas onde já não há cartilagem. O ácido hialurônico é uma substancia gelatinosa, que quando aplicada da forma correta, aumenta o amortecimento dos impactos ósseos das áreas afetadas, lubrifica e tem o chamado efeito biológico: segundo a maioria dos estudos, teria poder em penetrar na cartilagem lesionada, reduzir a morte celular, ajudar na reorganização do “colchão” da cartilagem chamado de matriz extracelular, rico em colágeno tipo II e Glicosaminoglicanas, além de “ensinar” nossas articulações a fabricar um liquido sinovial mais viscoso, semelhante ao original de antes da artrose. Portanto, a viscossuplementação teria o poder de modificar a evolução da doença.
Porém, é muito importante que o ácido hialurônico seja aplicado com cuidado e por um ortopedista especialista em joelho capacitado.
Caso contrário, ele pode trazer problemas. Além da técnica de aplicação, é muito importante que a escolha do produto seja muito criteriosa.
Desde a qualidade do produto, até o seu peso molecular. Cada caso deve ser avaliado de forma individual.


6 – Procedimentos cirúrgicos

Caso haja a necessidade de cirurgia, há diferentes técnicas que podem ser usadas.
Temos a artroscopia, onde é feita uma “limpeza” articular, removendo elementos que pioram o quadro da artrose.
Temos também técnicas novas, como a subcondroplastia, onde colocamos um cimento biológico na área afetada. Esta técnica geralmente é feita em pacientes jovens, com artrose apenas em algum ponto da articulação.
Há também cirurgias mais agressivas, como a osteotomia, onde se altera o eixo de movimento, através da aplicação de parafusos.
E para finalizar, temos as próteses. A aplicação de próteses deve ser feita com muita responsabilidade e eu particularmente, a utilizo apenas como último recurso, devido ao seu caráter definitivo.

Fonte:  Dr. Adriano Leonardi 
















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